O que você sabe sobre o mercado de capitais? Neste texto, falamos um pouco sobre o assunto e investiment banking:


A busca constante por novos conhecimentos é essencial para o desenvolvimento profissional. Na área contábil, por exemplo, essa abordagem deve ser colocada em prática com grande ênfase, pois as empresas que tomam serviços dos contadores atribuem a eles um importante papel de apoio na gestão de seus negócios, fazendo uso dos conhecimentos por eles acumulados em diversas áreas da administração, em especial a financeira.

Pensando nisso, este artigo explora importantes temas relacionados a finanças empresariais, mercado de capitais, economia e contabilidade, inicialmente tratando de conceitos essenciais. Confira:


1. Conceitos da ciência econômica

Saber aplicar melhor os recursos financeiros, reduzindo os gastos e aumentando os ganhos, possibilita a obtenção de uma maior “sobra”, formando poupança e gerando possibilidade de investimentos, que em longo prazo poderão gerar outros ganhos, agora através de remuneração de juros recebidos. 

Portanto, essa situação afeta diretamente a oferta de crédito e os sistema financeiros, e essa relação precisa ser bem entendida para que se possa extrair melhores resultados práticos.

Esse ciclo de gestão financeira eficiente, a longo prazo, poderá proporcionar que as pessoas adquiram mais ativos, tornando-os novos geradores de renda e causando um ciclo com efeito cada vez maior, conhecido e tratado popularmente como efeito de bola de neve dos investimentos. Nesse sentido, ao se administrar bem o dinheiro, ele poderá “trabalhar” para você.

Partindo dessas premissas, o artigo aborda assuntos relacionados às atividades de investimentos com ênfase no Mercado de Capitais e Investment Banking.


2. O Sistema Financeiro Nacional

Para começar a entender o que é mercado financeiro, mercado de capitais e como ele funciona, inicialmente é preciso conhecer o Sistema Financeiro Nacional (SFN), que é regido pela Lei nº 4.595/1964, compondo diversas instituições responsáveis pela captação de recursos financeiros, distribuição e circulação e pela sua regulação. Inclusive, o órgão principal do SFN é o Conselho Monetário Nacional (CMN), entidade normativa.

Os principais segmentos do SFN são: moeda, crédito, capitais, câmbio, seguros privados e previdência fechada.

Por sua vez, o SFN pode ser subdividido em 3 tipos de entidades: normativas, supervisoras e operacionais.

Entidades Normativas: Conselho Monetário Nacional (CMN); Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP); Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC).

Entidades Supervisoras: Banco Central do Brasil (BCB); Comissão de Valores Mobiliários (CVM); Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC).

Entidades Operadoras: 

  • Órgãos Oficiais: Banco do Brasil (BB); Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Caixa Econômica Federal (CEF).
  • Demais Entidades Operadoras – Instituições Financeiras Monetárias: Bancos comerciais; Caixa Econômica Federal (CEF); Cooperativas de Crédito.
  • Demais Entidades Operadoras – Demais Instituições Financeiras: Agências de Fomento; Associações de Poupança e Empréstimo; Bancos de Câmbio; Bancos de Desenvolvimento; Bancos de Investimento; Companhias Hipotecárias; Cooperativas Centrais de Crédito; Sociedades Crédito, Financiamento e Investimento; Sociedades de Crédito Imobiliário; Sociedades de Crédito ao Microempreendedor.
  • Demais Entidades Operadoras – Outros Intermediários Financeiros: Administradoras de Consórcio; Sociedades de Arrendamento Mercantil; Sociedades corretoras de câmbio; Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários; Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários.
  • Demais Entidades Operadoras – Instituições Auxiliares: Entidades administradoras de mercados organizados de valores mobiliários, como os de Bolsa, de Mercadorias e Futuros e de Balcão Organizado. 

Também integram o SFN as companhias seguradoras, as sociedades de capitalização, as entidades abertas de previdência complementar e os fundos de pensão.


3. O Mercado Financeiro e seu funcionamento

Voltando às ideias iniciais, o recurso poupado pelo indivíduo, quando colocado no banco em conta corrente, poupança ou aplicação, é emprestado pelos bancos, que funciona como um negociador ou intermediador entre duas partes: aqueles que emprestam o dinheiro e aqueles que tomam emprestado, no mercado financeiro. 

Portanto, o mercado financeiro funciona como um alinhador de interesses e expectativas, sendo os interessados aqueles que possuem recursos que sobraram poupando e estão interessados em auferir rendimentos por meio de juros obtidos; e aqueles que precisam de dinheiro emprestado, pessoas físicas e jurídicas, e que estão dispostos a pagar por isso contraindo empréstimos.

Além disso, o mercado financeiro é dividido em quatro grandes mercados: Mercado de câmbio, Mercado Monetário, Mercado de Crédito e Mercado de Capitais.

Mercado de Câmbio

Nesse mercado ocorrem as trocas de moedas, sendo fundamental para pessoas ou entidades que possuem interesses e negócios internacionais, como turistas ou empresas que importam ou exportam serviços e mercadorias.

Mercado Monetário

Ocorrem as transações de curtíssimo prazo (24 horas), que mantêm a liquidez da economia. Essas transações normalmente ocorrem entre os bancos por meio de empréstimos com prazo de um dia, sendo o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) a principal delas. Os bancos fazem esses empréstimos para terminar o dia com o saldo positivo de seus caixas, conforme as normas legais.

Mercado de Crédito

Esse é o mercado em que se observam produtos como os cartões de crédito, cheque especial e os empréstimos pessoais. É um mercado em franco crescimento e muito procurado em momentos de crises financeiras, como as enfrentadas atualmente. Caracteriza-se por captar recursos de investidores e oferecê-los como empréstimos a taxas superiores.

Mercado de Capitais

Esse é o principal mercado para os investidores que possuem interesse em possibilidades maiores de ganhos, obtendo bons lucros nas operações. Esse mercado existe e recebe esse nome em função da demanda por capital que as empresas possuem, sendo a emissão de títulos de dívida um compromisso estabelecido, em que as corporações se comprometem a pagar em um determinado período (prazo) por meio de juros suas dívidas aos investidores.

O Mercado de Capitais é constituído por corretoras de valores, bolsas de valores e instituições financeiras, que negociam os seguintes ativos: Ações, Debêntures, Commercial Papers, Opções sobre ações, Mercado futuro e Mercado de renda fixa. A seguir iremos falar do Mercado de Capitais mais detalhes:


4. Tudo sobre o mercado de capitais

Inicialmente, ao tratar de assuntos relacionados a investimentos e mercado de capitais, é importante entender que todo investidor ou gestor financeiro precisa agir com responsabilidade e calcular sempre todas as variáveis que envolvem risco e retorno. 

Conforme outro artigo publicado em nosso blog, intitulado “Investimentos para iniciantes – saiba por onde começar”, o termo investimento pode ser compreendido comoa utilização, no tempo presente, de recursos disponíveis para a criação e geração, no futuro, de recursos. Ou seja, pode-se compreender que haverá sempre uma renúncia no presente, de recursos, tendo em vista, como meta ou objetivo, um provável ganho futuro.” 

Nesse contexto, o investidor opta racionalmente pelo usufruto desse recurso acrescido de seus rendimentos em um momento futuro, como em um período de aposentadoria, ou para aquisição de um outro ativo de maior valor.

Quando se fala em investimentos, é preciso considerar também o conceito de retorno, e seu significado relaciona-se à expectativa ou capacidade de um determinado investimento proporcionar (retornar) maior ou menor ganho. 

Por sua vez, todo retorno considera um risco. Normalmente, quando se aumenta o risco, aumenta-se o retorno, ou seja, quanto maiores os riscos, maiores são as chances de se obter maior ganho (retorno) sobre os investimentos. Portanto, um investidor deve buscar sempre equilibrar o risco e o retorno de seus investimentos, mas nunca de forma irresponsável e deliberada, pois a falta de planejamento e análise acabará gerando menor rentabilidade de sua carteira.

Ressalta-se também que, para uma correta gestão dos investimentos, o investidor deve otimizar a relação entre risco e retorno, diversificando seus investimentos. Para saber mais detalhes de como investir, leia na íntegra o artigo anterior.  

Assim, ao buscar retornos maiores, o investidor acaba optando pelo Mercado de Capitais e seus produtos (ativos) por oferecerem maior rentabilidade (remuneração).

Comissão de valores mobiliários (CVM)

Mas, apesar de oferecer maiores riscos, o mercado financeiro nacional é regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), enquanto as empresas que negociam ativos em Bolsas Internacionais são regulados por outras agências internacionais, autorreguladas, e se submetem a outras leis, como a lei Sarbanes-Oxley (SOX). 

Portanto, em relação aos riscos, é possível afirmar que existe segurança ao investir nesses mercados, visto que há uma longa história registrada e diversas agências de avaliação e classificação de risco divulgando suas análises, sendo as principais a Moody’s, Fitch e Standard & Poor’s.

As agências de rating, ou agências de avaliação de risco, são entidades independentes que avaliam o nível de crédito de instituições privadas e públicas, monitorando suas atividades financeiras. O seu principal produto é a divulgação de relatórios com as atribuições de notas de risco, mais conhecidos como rating.

Esses relatórios são importantíssimos para que os investidores do mundo todo possam ser auxiliados no processo de análise de investimentos. Esse trabalho é responsável pela divulgação do relatório de risco de se investir, por exemplo, em títulos da dívida de um determinado país, mensurando com acuracidade dados extraídos da análise de diversas fontes, como relatórios de governança corporativa, demonstrações contábeis e financeiras, índices econômicos, entre outros indicadores.

Os mercados também se beneficiam das notas das principais agências, tendo noção exata do cenário econômico, com garantia de independência, de uma entidade focada em avaliar riscos de empresas ou até mesmo de um país.

4.1 Como o mercado de capitais funciona?

O funcionamento do mercado de capitais se baseia na função de distribuição de valores mobiliários, também conhecidos como títulos ou ativos emitidos pelas empresas, possibilitando que os investidores possam negociá-los com foco em um bom retorno (lucro) e que as empresas possam captar recursos por meio dessa oferta.

4.2 Os principais ativos negociados

Ações

As ações são cotas (partes da associação) da pessoa jurídica que podem ser compradas pela pessoa física. Ao comprar essas cotas, a pessoa se torna sócia da empresa, ou seja, passa a ser proprietária de uma quantidade dessa sociedade anônima.

As ações oferecem ao investidor (acionista) a possibilidade de receber dividendos provenientes do lucro das empresas, como se ele fosse um “sócio da empresa”. Outra possibilidade é obter lucro por meio da venda das ações por um valor superior ao pago na aquisição.

Para as empresas, o maior benefício é obter recursos financeiros oferecendo suas ações no mercado, auxiliando a alcançar seus objetivos.

As ações podem ser diferenciadas por tipos, formas e vantagens:

  • Tipos: são divididas em ordinárias nominativas (ON) e preferenciais (PN).

As ordinárias são as ações que permitem ao proprietário ter o direito a voto ao participar da assembleia geral da empresa.

Já as ações preferenciais nominativas não dão direito a voto, mas, se durante dois períodos de balanço as ações não derem lucro, sendo ações preferenciais, os cotistas podem reivindicar o direito a voto geral. 

A vantagem das ações preferenciais é que, se a empresa falir, os portadores possuirão a preferência no recebimento de seus créditos, ao contrário dos que possuem ações ordinárias, que serão os últimos a receber o pagamento da empresa. Além disso, os investidores com essas ações possuem prioridade no recebimento de dividendos.

  • Formas: podem ser ações ao portador e ações escriturais.

As ações ao portador foram eliminadas pois ofereciam maiores chances de fraude em função de não identificarem no papel o nome do portador. Atualmente, todas as ações passaram a ser nominativas, sendo controladas pelo governo por meio do registro no nome do portador, sendo registradas também pela S/A.

As ações escriturais são como escrituras públicas (títulos) registradas no livro da empresa e de uma corretora. Elas funcionam como se fossem uma conta corrente. Também são nominativas e permanecem na corretora.

  • Vantagens: Dividendos, Bonificações e Direito de Subscrição.

Dividendos

É a maneira como ocorre a distribuição de lucro das S/As aos acionistas. Esse pagamento é feito de forma proporcional à quantidade de ações que o investidor possuir, ou seja, quanto mais ações da empresa o acionista tiver, mais dividendos ele vai receber. Como o lucro é isento de tributação, o investidor não pagará imposto sobre o valor recebido.

As S/As pagam dividendos para atrair investidores recompensando-os, e esses dividendos podem ser pagos em dinheiro, em ações e outras modalidades de lucro, como juros sobre capital próprio. As empresas decidem quanto à periodicidade de acordo com a aprovação do conselho administrativo, chancelado pela CVM.

Bonificações

Ocorrem quando sobra dinheiro na empresa entre os valores que ela joga no mercado de capital, pois se entende que esse valor excedente era parte do lucro e que não foi utilizado. Como a S/A incorporou no seu capital, que é representado por ações, esse valor também deve ser incorporado proporcionalmente no capital dos acionistas.

Direito de subscrição

É um direito que o acionista possui de adquirir, com vantagens, novas ações que a empresa lançará no mercado. Esse direito permite que os acionistas possam adquiri-las antecipadamente por um preço mais vantajoso. Isso ocorre da seguinte maneira: a empresa manda uma carta informando aos acionistas que colocará novas ações no mercado, e se eles utilizarem esse papel, exercerão o direito de subscrição.

Debêntures

Quando uma empresa (ou um governo) deseja tomar dinheiro emprestado do público, a longo prazo, é comum que faça isso emitindo ou vendendo títulos de dívida, também chamados de obrigações, e que recebem nomes como debêntures, notas promissórias ou bônus.

No Brasil, essa captação é realizada por meio da emissão de debêntures e notas promissórias, podendo ser realizada por S/As de capital fechado ou aberto. Porém, somente as companhias abertas registradas na CVM podem efetuar as emissões ao público, cabendo às companhias fechadas somente as captações privadas.

O comprador, ao disponibilizar seus recursos, terá direito a uma remuneração, por meio de recebimento de juros adicionados ao principal investido, no vencimento do título. Esses recursos proporcionarão à empresa emissora a possibilidade de diferentes aplicações, como investimentos em novas unidades (expansão), financiamento de capital de giro e outros projetos.

O vencimento das debêntures ocorre na data fixada na escritura, porém, os debenturistas poderão antecipar o resgate de acordo com condições pré-estabelecidas.

A emissão de debêntures ocorre com ou sem garantias, sendo com garantia as opções de garantia real e garantia flutuante, e as opções sem garantia as quirográficas e as subordinadas. As debêntures podem também ser convertidas em ações simples ou conversíveis.

Ao se optar por investir em debêntures, o interessado deve se atentar ao prospecto, analisando minuciosamente as seções: Fatores de risco; Discussão e Análise da Administração sobre as Demonstrações Financeiras; Escritura de Emissão; e Relatório de Classificação de Risco.

Além disso, por se tratar de títulos de longo prazo, as debêntures possuem liquidez menor que as ações, fator que deve ser considerado pelos investidores.

Commercial Papers

Outro título de dívida comum é o commercial paper, que também é emitido por S/As abertas ou fechadas. As notas promissórias negociáveis em mercado (aqui também conhecidas como commercial papers) são títulos de curto prazo, emitidos por empresas para captar recursos de curto prazo ou para servir de “ponte” para estruturas de dívida de longo prazo.

É permitido adicionar garantias, mas, em geral, esse título não possui. Por outro lado, por se tratar de uma promessa de dívida, ela oferece direitos legais a seus possuidores, que devem avaliar a reputação dos emissores antes de efetuar aquisições, escolhendo preferencialmente empresas emissoras conhecidas por sua boa reputação e solidez. Ainda, para que possa fazer uso do commercial paper, a empresa deve estar registrada na CVM.

Em relação aos prazos, para as empresas de capital fechado, o prazo é de 180 dias, e as de capital aberto, até 360 dias. Por sua vez, os investidores receberão pagamento de acordo com as condições citadas no título em quantias pré ou pós fixadas.

Opções sobre ações

O mercado de opções é muito comum quando se procura investimentos em renda variável. 

Basicamente, opções são contratos com o objetivo de negociar o direito, em um determinado período, de comprar ou vender ativos, como lotes de ações, ações, commodities e até moeda (câmbio). São contratos de um dos mercados de derivativos.

As opções são de dois tipos: opção de venda (put) ou opção de compra (call). Elas são ótimas opções para se fazer hedge (proteção do valor de um ativo), podendo ser usadas também para alavancagem.

As opções de ações caracterizam-se por direitos ligados a ações negociadas em bolsas de valores, que oferecem aos investidores o direito de poder comprar ou vender essas ações a um determinado valor até uma determinada data. 

Em outras palavras, as opções têm seu valor e datas definidos, para que, posteriormente, por meios contratuais, sejam negociadas. Portanto, as partes envolvidas poderão negociar o ativo pelo valor, cuja base de cálculo será realizada pela quantia que estiver valendo na data de vencimento do contrato.

As opções por ação são representadas através de contratos, e são um do tipo derivativo, que são ativos financeiros cujo valor de operação se baseia em uma previsão.

Esses ativos, por se tratarem de ações, possuem alto índice de volatilidade, o que pode oferecer altos ganhos ou perdas, pelo fato de trabalharem em função das expectativas de preço, que podem se confirmar ou não.

Mercado futuro

O mercado futuro é um ambiente de negociação de contratos futuros, que, como um tipo de derivativo, é semelhante às opções, representando compromisso (contrato) de compra ou venda de certa quantidade de um ativo em uma data futura por um preço predeterminado.

O ativo subjacente é o bem envolvido nesse compromisso, podendo ser uma mercadoria, como café, açúcar, ouro ou soja; ou um ativo financeiro, como as ações, taxas de juros, entre outros.

No mercado futuro, os compromissos são ajustados diariamente (em função das alterações diárias de preços de contratos) para a apuração das perdas e dos ganhos, realizando-se as liquidações das diferenças do dia.

Além disso, os contratos futuros são negociados somente em bolsa e possuem as seguintes características:

  • Padronização acentuada;
  • Elevada liquidez;
  • Negociação transparente em bolsa mediante pregão;
  • Possibilidade de encerramento da posição com qualquer participante em qualquer momento, graças ao ajuste diário do valor dos contratos;
  • Utilização do mecanismo das margens depositadas em garantia e do ajuste diário para evitar a acumulação de perdas.

Por sua vez, as desvantagens operacionais do mercado futuro são:

  • Exigir elevada movimentação financeira devido aos ajustes diários (instabilidade no fluxo de caixa);
  • Custo mais elevado do que os contratos a termo;
  • Necessitar de depósito de garantias.

Como forma de proteção (hedge), os contratos futuros são muito usados para evitar perdas, além de oferecer possibilidades de ganhos, pois podem ser usados para diminuir o impacto de uma possível mudança de preços de mercado do ativo adjacente.

Os contratos futuros mais comuns são os de commodities agrícolas, mas existem também outros, como os contratos de moedas e os de índices de ações.

Para facilitar o acesso de pequenos investidores, existem na B3 os minicontratos futuros, que possuem valor inferior aos contratos “cheios”.

Mercado de renda fixa

Segundo a AMBIMA, no Brasil, a maior parte do volume de recursos disponíveis para o financiamento das atividades produtivas do setor imobiliário e do agronegócio (moradia e alimentação) vem da concessão de crédito por parte dos bancos oficiais.

Historicamente, nessas áreas, existe uma maior participação do setor público na oferta de crédito. Porém, a participação dos entes privados vem aumentando recentemente.

O que torna esses produtos diferentes dos outros é a necessidade da existência de lastro para as emissões, ou seja, cada emissão deve ser garantida por mais créditos de propriedade da instituição financeira, e essas garantias ocorrem por hipoteca ou alienação fiduciária de imóvel.

Existem três tipos de renda fixa: a pré-fixada, a pós-fixada e a híbrida, que são classificadas quanto a sua forma de rentabilidade.

Na pré-fixada, o rendimento é fixo, por exemplo, 8% ao ano, sendo que se manterá assim até o vencimento. São as mais comuns: Tesouro Direto Pré-fixado, CDB e LC.

Na pós-fixada, a taxa está atrelada a um indexador econômico, como o CDI e a taxa Selic, sendo que o rendimento representará sempre um percentual em relação ao indicador, por exemplo, 120% do CDI. Esses investimentos podem ser uma boa alternativa para objetivos atrelados a qualquer prazo, como a compra de um imóvel ou aposentadoria. Os mais comuns são: Tesouro Direto Selic, CDB, LCI, LCA e LC.

Por fim, na híbrida, a rentabilidade é parte fixa e outra parte variável, por exemplo, 3% + IPCA. Os indexadores desse tipo de rentabilidade geralmente são de inflação, como o IPCA ou o IGP-M, o que gera rendimentos variáveis ao longo do tempo, tornando-se um tipo de investimento muito atrativo em função do ganho real, pois sua taxa fixa é uma remuneração acima da inflação. Os investimentos de rentabilidade híbrida mais comuns são: Tesouro Direto + IPCA, CDB, Debêntures, CRI e CRA.

A isenção de impostos para pessoas físicas é um dos fatores de maior procura por esses instrumentos.


5. O que é Investment Banking e como ele funciona?

Como detalhado ao longo deste artigo, o sistema do mercado financeiro é complexo, o que torna importante seu estudo. Assim, entre os assuntos mais citados nesse meio, encontram-se os Bancos de Investimentos (ou Investment Banks).

Os Investment Banks são instituições cuja finalidade é obter ganhos em função de seu trabalho, que consiste em operar como um intermediário entre os investidores e os que necessitam de capital.

Eles surgiram como resposta aos problemas ocorridos nos Estados Unidos após a crise de 1929 da Bolsa de Nova York. Assim, em 1933, o congresso americano aprovou a segunda Lei Glass Steagall, estabelecendo uma rígida regulação para proibir a constituição de bancos universais, fazendo distinção entre bancos comerciais ou varejistas de bancos de investimentos, o que favoreceu a proteção dos depósitos dos correntistas. 

Ao contrário dos outros tipos de bancos, eles não possuem correntistas e não podem obter seus recursos, o que normalmente ocorre nos bancos tradicionais pela captação via poupança, aplicações ou conta corrente.

Os Bancos de Investimentos não são corretoras de valores ou bancos digitais, apesar deles também atuarem como intermediadores de investimentos, oferecendo diversos produtos parecidos, de várias instituições (vide Open Banking), além de aplicativos para acesso aos serviços e uso. Portanto, a diferença principal é que os bancos de investimentos não possuem atividade de captação de depósitos à vista.

5.1 Quais são suas vantagens?

As principais vantagens de se investir por meio de bancos de investimento são:

Experiência e qualificação: esse tipo de banco possui conhecimento profundo do setor, contando com estrutura adaptada, pessoal qualificado e recursos essenciais para os seus serviços.

Presença Global: a maioria desses bancos atua globalmente e possui larga experiência em mercados internacionais, atendendo empresas e governos de todas as localidades do planeta.

Foco em serviços de excelência e relacionamento com os clientes: esses bancos possuem abordagem focada no cliente, com o objetivo de estabelecer um relacionamento sólido e duradouro, oferecendo conveniência e facilidades a eles.

Por sua vez, os principais Bancos de Investimentos são o Goldman Sachs & Co, J.P. Morgan Invest Bank, Morgan Stanley, Evercore, BTG Pactual, Credit Suisse, Citi, Bank of America Corp., Safra Invest, Bradesco BBI e Itaú BBA.

5.2 Quais as atividades oferecidas pelo investment banking?

Os Bancos de Investimentos oferecem diversas soluções de investimento, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, sendo as principais:

  • Operações com participação societária;
  • Financiamento de atividades relacionadas à produção para suprimento de capital (de giro e fixo);
  • Assessoria financeira;
  • Administração de capital de terceiros;
  • Empréstimos de médio e longo prazo;
  • Aquisição de valores e títulos mobiliários;
  • Operação de Subscrição de Ações ou IPO;
  • Emissão de títulos, como CDB e RDB;
  • Emissão de debêntures;
  • Administração e venda de cotas de fundos de investimentos;
  • Depósitos interfinanceiros;
  • Repasses de empréstimos externos.

Além disso, eles podem auxiliar com serviços de assessoria em processos de consolidação de empresas, como fusões e aquisições (M&A, Mergers and Acquisitions), operações de reestruturação, investimentos de emissão própria, bem como auxiliar empresas na abertura de capital em bolsa de valores, emissão de debêntures, entre outras atividades.

Em síntese, diante das demandas e desafios atuais impostos aos profissionais das carreiras administrativas, em especial aos gestores financeiros e contadores, torna-se essencial conhecer todas as informações pertinentes ao mercado de capitais. 

Isso porque o domínio de assuntos relacionados ao sistema financeiro e ao mercado de capitais é fator preponderante para o êxito e reconhecimento como um profissional de qualidade.


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Autor convidado do Vamos Escrever, é bacharel em Ciências Contábeis e pós-graduado em Gestão da Qualidade Total, é professor universitário na área de Contabilidade Auditoria, Tributária, Fiscal e Perícia. Atua na área como Contador, e nos tempos livres, é admirador de belas-artes e leitor de História e Filosofia. 📩leonardopaganini@vamosescrever.com.br Saiba mais sobre o autor