Dentro das empresas, uma prática importante é a capacitação contínua e o desenvolvimento de novos conhecimentos, visto que cursos e treinamentos, por exemplo, aprimoram a visão das equipes e apresentam ferramentas novas, deixando o trabalho mais fluído. Mas, infelizmente, essa estratégia muitas vezes acaba ficando em segundo plano.
Isso porque, mesmo com a importância e a necessidade do desenvolvimento constante, as questões operacionais do dia a dia acabam por não deixar tempo hábil para aprimorar os conhecimentos.
Por outro lado, grandes organizações contam com programas de incentivo para que membros de suas equipes façam cursos e especializações com carga horária maiores. Contudo, essa prática acaba sendo direcionada para cargos gerenciais e estratégicos. Já os micro e pequenos negócios, muitas vezes por questões financeiras, acabam não conseguindo direcionar ações para a especialização de seus colaboradores.
Com as novas perspectivas de trabalho, muitas coisas mudaram nas relações e na estruturação das equipes nas empresas. Inclusive, o home office e o uso mais assíduo de ferramentas tecnológicas fez com que a necessidade de aprendizado e adaptação se evidenciassem.
Nesse cenário, apresenta-se o microlearning – micro (pequeno, reduzido) e learning (aprendizado) –, que se refere ao conteúdo transmitido de maneira curta e objetiva, utilizando plataformas tecnológicas para sua aplicação. Temos, então, o melhor dos mundos: conteúdo rápido e com baixo custo, uma vez que não é preciso envolver logística em geral. Trata-se de treinamentos curtos, diretos e objetivos, sem perder a qualidade e a densidade do conteúdo, valendo-se de dispositivos de vídeo e/ou áudio.
Cursos rápidos são eficientes pois passam novos conhecimentos, que, por sua vez, são mais facilmente absorvidos e podem ser diretamente implantados nas rotinas e processos da empresa, resultando em melhorias.
Esse modelo ainda permite que as organizações sistematizem as agendas para que as sessões de aprendizado sejam realizadas dentro do próprio expediente.
Outro ponto benéfico dessa metodologia é a manutenção e atualização do conhecimento. Assim, é muito mais viável ter acesso facilitado a novidades e mudanças de ferramentas e métodos. Com pouco tempo de dedicação, o tema é colocado à disposição dos colaboradores, que se mantêm atualizados.
Por esses conteúdos serem disponibilizados em plataformas on-line, as pessoas podem acessar de qualquer lugar a qualquer momento. O que também tende a ser mais democrático, pois muitas pessoas da mesma organização podem ter acesso, ao passo que conteúdos mais extensos, de treinamentos e cursos mais longos, são direcionados a poucos cargos.
Os negócios de vários portes podem se valer do microlearnig, seja produzindo seus próprios conteúdos, utilizando conhecimento próprio, de líderes e técnicos experientes, ou buscando os cursos rápidos de plataformas e empresas especializadas. Um ganho importante da produção própria para o micro aprendizado é a gestão do conhecimento da empresa, embutindo as melhores práticas e sua cultura, transmitindo de forma eficiente o “jeito de fazer as coisas” da empresa.
A temática também é algo amplo, envolvendo desde a gestão e organização até questões mais técnicas e inerentes ao negócio.
Em poucas palavras, o microlearnig é algo que traduz a nova geração para os negócios que a cada dia buscam mais inovação, exigindo que suas equipes estejam com conhecimento no estado da arte, com agilidade e baixo custo.
Para compreender melhor os benefícios dessa prática, confira algumas dicas para desenvolver conteúdo para o microlearning em sua empresa:
1) Público e foco: nesse ponto, é interessante delimitar para quem e qual o objetivo de cada micro treinamento. Isto é, você e sua equipe definirão qual área da empresa será treinada e quais conhecimentos devem ser compilados. Por exemplo, imagine que a organização física da empresa não esteja sendo mantida: as mesas sempre bagunçadas, cadeiras espalhadas, documentos pelas mesas etc. Assim, além de um alinhamento e feedback prévio com as pessoas, você pode montar um micro treinamento sobre 5S (técnica japonesa para organizar espaços e garantir a qualidade: Seiri/utilização, Seiton/organização, Seiso/limpeza, Seiketsu/padronização, Shitsuke/disciplina). Por meio desse rápido treinamento, o conteúdo será difundido de maneira prática, gerando impactos diretos no ambiente.
2) Conteúdo: nessa etapa, o conteúdo será de fato construído, ou seja, o que é necessário falar sobre 5S, seguindo o exemplo anterior. Há um levantamento dos tópicos mais importantes, sempre enxugando e facilitando o conteúdo ao máximo; afinal, ele deve ser objetivo, mas denso ao mesmo tempo. Valer-se de introduções diretas e exemplos práticos de uso da metodologia são importantes estratégias para transmitir o conhecimento e capacitar sem uma alta carga horária.
3) Formato: nessa última fase da construção, define-se o meio pelo qual o conteúdo será distribuído. Pode ser uma série rápida de vídeos com ilustrações, mini palestras com 15 ou 20 minutos de duração, um podcast ou até mesmo um texto direto. Para o caso do nosso exemplo, a forma poderia ser um vídeo com imagens dos ambientes da empresa (mesas, estoque, balcões) antes e após a aplicação das técnicas de 5s.
Os formatos digitais podem ser disponibilizados nas plataformas e sistemas já utilizados pela empresa, podendo ser acessados a qualquer momento. Nesse ponto, a decisão priorizará os canais e formatos que as equipes têm maior afinidade, para que o grau de efetividade seja o maior possível, ou seja, para que todos tenham acesso facilitado ao conteúdo.
Todo esse processo pode ser elaborado por times multidisciplinares montados dentro da própria organização, como um projeto paralelo. Isso porque quem está inserido na cultura e no dia a dia da empresa conhece melhor o comportamento dos times e compreende as necessidades, direcionando, assim, para formatos que garantirão o micro aprendizado.
Caso a empresa não consiga despender mão de obra e tempo para o desenvolvimento de seus conteúdos, há no mercado empresas especializadas em desenvolver conteúdos e materiais para microlearning. A terceirização dessa atividade de desenvolvimento pode ser muito rica, uma vez que os especialistas têm uma carga maior de experiência para garantir o dinamismo do micro conteúdo.
Em suma, em um mundo em que as informações são difundidas em altíssima velocidade para acompanhar o dinamismo dos mercados, investir em aprendizado contínuo tem um peso grande para o destaque das empresas em seus segmentos. De forma resumida, a informação de qualidade em forma de “pílulas de conhecimento” permite o aprendizado rápido e certeiro.
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